Um manifesto em defesa da produção nacional
Por Plauto Miró Guimarães*
O noticiário nacional e internacional repercutiu com grande espaço eventuais problemas com a produção de carne brasileira. Problemas pontuais que, num universo de frigoríficos funcionando com o devido respeito às normas de fiscalização e produção no país, representam uma situação diminuta, ainda que preocupante, qual seja de carne adulterada ou vencida.
Mas é preciso compreender que a divulgação sem critério a respeito do corte nacional coloca em risco toda uma estrutura de produção, que é referência do mundo.
Quero me solidarizar com os milhares de produtores rurais que já sentem os reflexos que a operação Carne Fraca da Polícia Federal provoca. Infelizmente serão os avicultores, os suinocultores e os pecuaristas os mais atingidos com o desgaste que esse escândalo ainda irá causar.
Foram décadas de trabalho nas propriedades e anos de investimentos em pesquisa para aprimorar as tecnologias de produção que alcançaram o padrão de excelência na criação de animais. Foi dedicação ímpar que fez este setor se tornar um dos mais importantes segmentos de sustentação da nossa economia.
Aliás, é importante lembrar que a crise que consome o Brasil só não é mais grave graças ao agronegócio. Os mercados já começam a colocar barreiras e as exportações já sofrem os efeitos da irresponsável e inadequada generalização da carne brasileira. Empregos também já começam a ser comprometidos.
Os criadores e a indústria nacional há tempos buscam um padrão de excelência nos produtos para que eles cheguem à mesa com ae esperada e devida qualidade, que nos garante a competitividade no mercado exterior, não devendo absolutamente nada para a carne de outros países.
É preciso, neste momento, que o governo brasileiro seja firme e intransigente na defesa dos produtores rurais, do agronegócio, dos criadores e que o respeito à indústria nacional também seja mantido.
Se há crimes, que a justiça condene os culpados. Se há erros, que estes sejam reparados. E que as atitudes a serem tomadas não comprometam cadeia produtiva, que trabalha arduamente para continuar a fazer do nosso país um gigante.
*Deputado estadual e 1º secretário da Assembleia Legislativa do Paraná